10- A geração de 22 - Manuel Bandeira

 A Geração de 22 - Manuel Bandeira



Livro didático:  Se Liga nas Linguagens - capítulo 12 -  páginas 120 a 128

Dando prosseguimento aos destaques literários da primeira geração modernista (geração de 22 ou fase heroica), vamos conhecer um pouco sobre Manuel Bandeira, outro destaque do período.

Manuel Bandeira (1886/1968) - Recifense de origem e, desde os quatro anos de idade no Rio de Janeiro, Manuel Bandeira foi poeta, crítico de arte, professor de literatura, tradutor, crítico literário e crítico de arte. Em 1904, Bandeira sofreu de uma enfermidade cuja cura se concretizou entre 1913 e 1914, na Suiça. A tuberculose trouxe ao autor um amadurecimento literário intenso.

Cinza das Horas foi sua primeira publicação em 1917, entretanto, a doença não permitiu grande dedicação de Bandeira à obra. A partir da publicação da sua segunda obra Carnaval (1919), Bandeira se conectou ao grupo ligado que promoveria a Semana de Arte Moderna. Mesmo desenvolvendo amizade com os futuros modernistas, Bandeira optou em não participar da Semana por ele não repudiar o estilo literário que estava a ser alvo de crítica (os poemas metrificados, rimados, os mestres parnasianos e os mestres simbolistas)

Em linhas gerais, Manuel Bandeira desenvolveu três fases na sua literatura:

A) Fase pós-simbolista - Nela, a temática decadentista e a valorização da musicalidade típicas do Simbolismo se faziam presentes.

B) Fase modernista - Os versos livres (sem padrão métrico) e os versos brancos (sem padrão de rimas) se fazem muito presentes na sua obra, além da linguagem coloquial.

C) Fase pós-modernista - A produção poética não apresenta uma definição clara de estilo: é a conciliação da tradição e a vanguarda literária. E o estilo adotado para determinada produção literária levará em conta o espírito da emoção que se deseja transmitir.

Quanto a temas, a infância foi bastante cultivada na sua obra, da mesma forma que o amor e a morte.

Abaixo, alguns poemas do autor.


Desencanto - da obra A cinza das horas - 1917
Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

Eu faço versos como quem morre.

Andorinha - da obra Libertinagem - 1930
Andorinha lá fora está dizendo:
- "Passei o dia à toa, à toa!"
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!
Passei a vida à toa, à toa...

Arte de Amar  -  da obra Belo Belo - 1948
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma,
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação,
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.

As almas são incomunicáveis.

Deixa teu corpo estender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.


No link abaixo, videoaula produzida pelo grupo Brasil Escola Oficial (Youtube) sobre Manuel Bandeira
https://www.youtube.com/watch?v=bEBtcq-4xfo


No link abaixo, videoaula produzido pelo professor Noslen (Youbube)  contextualizando a geração de 22,  panorama, características literárias.

Bom estudo.

Fernando Fernandes


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